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novembro 22, 2011

OS OLHOS QUE FITEI


Os olhos que fitei
Foram tantos que nem sei!
Vou tentar descrever,
Aqueles de que lembrei

Castanhos e tímidos,
Foi o de um amor inocente
acontecidos na escola
Entre dois adolescentes

Profundeza e perspicácia,
Em um namoro sem emoção
Nos olhos graúdos de um rapaz
Alegre e brincalhão

Olhos negros sensuais,
De uma firmeza fatal
Primeiro grande amor
Inesquecível oriental

Olhos azuis como o oceano
De um "Dom Juam" sem coração
Destruiu a pureza e inocência
Causando minha primeira desilusão

Olhos verdes com intensidade
Eram de um rapaz de bom coração
Tive seu amor de verdade
Foi por outro que o deixei
Uma estupidez a minha maldade

Pelos profundos olhos castanhos,
Aconteceu a paixão arrebatadora
Levando-me ao céu
Deixando-me hoje sozinha
Saboreando o gosto amargo do fel.

Janett Morais

novembro 10, 2011

O amor acabou...
Vou me fazer o favor
De esquecer quem eu fui
Para viver quem eu sou.

Hoje sozinha
De coração livre...
Braços abertos
Para um novo amor

Que sei vai chegar,
Saber me tocar...
Compreender minha alma
Feita para amar.

Vai saber entender
O meu jeito de ser,
Sem criticar meus defeitos,
Minhas qualidades merecer

Me amar de verdade,
E poder reacender,
O fogo da paixão
Que um dia deixei morrer.

Janett Morais

10/11/2011



outubro 24, 2011



Retrato

"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"

Cecília Meireles

outubro 19, 2011

Dá-me a tua mão desconhecida, que a vida está me doendo, e não sei como falar - a realidade é delicada demais, só a realidade é delicada, minha irrealidade e minha imaginação são mais pesadas.

(Trecho do livro A paixão segundo GH) Clarice Lispector

outubro 14, 2011

Deu-me Deus o seu gladio, porque eu faça
A sua santa guerra.
Sagrou-me seu em honra e em desgraça,
ás horas em que um frio vento passa
Por sobre a fria terra.

Pos-me as mãos sobre ombros e doirou-me
A fronte com o olhar;
E esta febre de Além, que me consome,
E este querer grandeza são seu nome
Dentro em mim a vibrar.

E eu vou, e a luz do gladio erguido dá
Em minha face calma.
Cheio de Deus, não temo o que virá,
pois, venha o que vier, nunca será
Maior do que a minha alma.

Fernando Pessoa

outubro 13, 2011

Coração magoado


Estou entorpecida
procurando entender,
onde ficou a história
do que vivi até agora.

Sufocando uma  dor
que parece não ter fim,
sei que ela vai passar
na vida, tudo é assim...

Muitas pessoas passam,
levando com elas a paixão
e o sentimento de amor
que parecia a razão,

de segurar uma união instável 
muitas vezes exótica
que para um não passou,
de uma relação simbiótica.


Novos amores acontecem
histórias se repetem!
Promessas novas surgem
até surgir a primeira nuvem.

Quem sabe!
Estou escrevendo besteira,
mas a dor que sinto agora,
não é brincadeira.

Sei que ela vai passar
novamente irei sonhar.
Acreditar que: só eu
poderei saber um dia me amar...

Janett Morais

12/10/2011

outubro 12, 2011


Estou fora do ar,
buscando uma nova história
para me inspirar.

Breve voltarei!
Deixa eu curar esta dor
que estar a me matar.

tenho um coração maduro
que preciso congelar
para não apodrecer
antes de voltar novamente a amar.

Janett Morais

setembro 25, 2011

A lua e as Nuvens.



As nuvens brigam
tentando encobrir
a beleza da lua
que está á surgir...

Nesta junção incandescente,
criam imagens disforme e,
transparentes,
as vezes em forma de anjos
outras em forma de serpentes.

Vitoriosa na luta
a lua surge autentica
brilhante e soberana
desfazendo as imagens
loucas e insanas.

Numa explosão de beleza
ela se deixa admirar!
Sem um resquício de nuvens
que venha lhe ofuscar!

E então... Todos os astros do sistema solar
se curvam para lhe reverenciar.

Janett Morais

setembro 21, 2011

O Trauma de Anita ( Conto )


O dia amanheceu abafado, causando mal estar já nas primeiras horas da manhã daquele sábado. Não tinha previsões de chuva. Embora estivesse um dia estranho, com uma forte neblina que ofuscava o brilho do sol.
Anita espreguiçou-se na cama, e através da janela aberta propositalmente por sua mãe para acorda-la, ela observou o tempo esquisito, e pensou:
Hum... Acho que não vai dar praia...

Pulou da cama, e enrolando-se em uma toalha saiu do quarto com a escova de dentes na mão, em direção ao banheiro que ficava no quintal. Ela andava preguiçosamente, remoendo o mal humor que era acometida todos os dias pela manhã quando tinha que ir para o tosco banheiro no meio do tempo.
Ela pensava:
Um dia terei uma casa com banheiro igual ao de Arlene... ― e a imagem se formava na sua mente. Em vez daquele rustico cercado de madeira, teria paredes de concreto, coberta com lage e um bom chuveiro despejando água bem forte no seu corpo.
Saiu a contra gosto do seu devaneio ao sentir o jato d'água gelada saindo do cano branco encardido, e ao levantar o rosto para o céu voltou a pensar em Arlene. As duas haviam programado ir a praia tomar banho de mar. Mas, será que aquela doida viria mesmo? Estava um dia tão estranho. Ela pensou balançando a cabeça com ar de dúvida.
Terminou o banho e entrou em casa pela cozinha com os cabelos pingando água. Esbarrou na mãe, que logo reclamou do rastro de respingos de água no piso de cimento. Ela entrou no quarto e a mãe seguiu atrás falando ― Anita! Você aqueta o facho dentro de casa hoje, que o tempo tá muito feio.
Ah mãe... Marquei de tomar banho de mar com Arlene.
Só se fizer sol, pois com chuva você não vai.
Anita fez um muxoxo com a boca, e foi se vestir. Colocou um biquine, vestiu um short com uma camiseta e se dirigiu a cozinha para tomar café.
A briga do sol com aquela especie de neblina que lhe ofuscava, pareceu vencer, pois o tempo clareou.
Ta vendo mãe, o sol tá aparecendo – e com um sorriso de satisfação, ela viu a mãe olhar para o céu e falar:
É, parece que vai abrir o tempo.
Anita estava feliz, queria ir tomar um bronze com a amiga, estava terminado o café quando ela chegou, foi logo falando
Anita, eu tava rezando pra o tempo ficar bom, sabia que sua mãe não ia deixar você ir se chovesse.
Anita sorriu e respondeu – pelo gosto dela, marcou chuva, ninguém sai de casa.

As duas saíram, e ao passar ouviam os suspiros dos rapazes e sentiam a inveja das meninas. Arlene era muito alta para seus 17 anos. Os cabelos negros de um liso pesado que lhe dava uma beleza selvagem de índia, tinha um rosto arredondado marcado pelos belos olhos negros e graúdos. Sabia que era bonita, e esnobava, usando roupas chamativas que realçava a sua estonteante beleza que era o oposto da beleza de Anita, tão alta quanto a amiga, ela tinha cabelos ruivos e olhos verdes, era bastante madura para os seus 16 anos.

Apesar do tempo instável, o mar estava lindo, com suas águas refletindo os reflexos do sol, que parecia um espelho.
As duas entraram no mar e se deliciaram por um bom tempo. Quando sentiram o sol esfriar de repente, saíram da agua e foram deitar na areia. Em segundos, o céu tornou-se escuro como carvão. Anita lembrou das palavras da mãe e falou – vamos embora Arlene, pois acho que é bem capaz de cair chuva.
ah... Anita, vai dizer que você tem medo de chuva também? Vamos esperar, é só uma nuvem...
Para agradar a amiga ela continuou deitada, mas não demorou muito e ouviram o ronco de uma trovoada. Anita levantou-se de um pulo e falou ― vamos embora!
A contra gosto Arlene se levantou, sacudiu a areia e acompanhou a amiga que andava a passos largos.
Notando a cara feia de Arlene, ela falou ― agente toma banho e fica la em casa, tenho uns gibis legais que comprei, e se a chuva passar agente vai pra praça de tardinha.
Já estava caindo grossos pingos de chuva quando elas entraram em casa, do quarto a mãe de Anita falou ― vocês estão doidas, vão logo tirar estas roupas molhadas, pois vai cair um aguaceiro.
Com um risinho de gozação Arlene falou ― vou lá fora tomar um banho pra tirar esta areia.
Você ta doida Arlene, agora não! Deixa passar a chuva. Anita falou para ela com a voz tremula, pois acabara de ver um forte relâmpago rasgar o céu.
Sorrindo Arlene falou ― deixa de bobagem Anita. E saindo para os fundo da casa ela disse: - então fica ai cheia de areia.
Anita entrou no seu quarto que já estava de janela fechada cheia de panos nas frestas para não passar claridade. Sentou na cama e ficou pensando como a sua amiga era maluca. De repente, ela viu um fortíssimo clarão seguindo de um forte estrondo que abalou as paredes da casa. Tremendo, ela correu para o quarto onde já estavam sua mãe e seus irmãos rezando.
Não chegou a sentar e viu outro clarão com um estrondo demorado, parecendo que o mundo viria abaixo.
Pouco depois ouviram os gritos aterrorizantes de um vizinho.
Sem ação e sentindo o sangue gelar nas veias, Anita pensou na amiga que não entrara para dentro de casa.
Esquecendo dos clarões e da trovoada, ela saiu correndo para a cozinha e da porta pensou em chama-la, mas a cena que viu lhe paralisou por alguns minutos. Sua voz saiu fraca, quase muda ― Meu Deus! Arlene, nãaao!!
Sua mãe, ao perceber que havia algo de errado, veio correndo em seu auxílio a tempo de lhe receber nos braços na hora exata em que ela desmaiava.
Gritou por socorro, mas ao olhar para o fundo da casa, os olhos arregalaram de pavor.
Os vizinhos entraram para acudir as duas e puderam observar a grotesca cena de um corpo totalmente carbonizado e encolhido nada restando da bela Arlene.

O tempo passou e Anita nunca pode esquecer aquele triste episódio da sua vida. Casou-se e teve filhos, e para eles passou o seu trauma de medo da chuva.

Janett Morais

setembro 16, 2011


Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha

Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

Cecília Meireles

Estou muito orgulhosa do meu neto de 5 anos, que acabou de publicar seu primeiro livro de história. O livro está lindo e bem ilustrado, as i...